Portfólio de aprendizagem: as famosas fichas

Muitos visitantes me pedem um modelo de portfólio ou de fichas que complementam as informações contidas nele. Na verdade, portfólio não tem um modelo a ser adotado. O importante é registrar o processo de desenvolvimento da criança e, para que isso ocorra, é necessário registrar as informações do cotidiano escolar da criança para que não se percam no decorrer do tempo. Essas informações servem também para que, no próximo ano estudantil da criança, os professores possam recorrer ao registro do ano anterior com fidelidade.

Portanto, as fichas devem ser elaboradas, pelo corpo docente, de acordo com a necessidade de cada escola, ou até mesmo de cada classe. Não podemos perder de vista que o portfólio tem que refletir o aluno e não o corpo docente.

Existem diversas fichas para acompanhar o processo. Mas a escola não deve ficar presa a nenhum modelo pré estabelecido. Antes de adotar ou elaborar qualquer ficha, é necessário analisar bem as necessidades coletivas da escola, bem como a individualidade do aluno. É nesse contexto de individualidade e coletividade que está a beleza do portfólio.

As primeiras orientações da professora Dinéia Hypóllito acerca da aplicação do portfólio é : “O portfólio não deve ser implantado em toda escola de uma vez só.” A escola deve ter muito cuidado e paciência nessa implementação. Comece com uma série/ano e com uma ou duas fichas a cada ano. Agindo assim, o corpo docente e os alunos incorporam esse novo processo de avaliação naturalmente, proporcionando a vantagem de adequar as fichas durante a implantação do portfólio.

O portfólio no cotidiano escolar propicia, aos professores, versatilidade para avaliar e conhecer as competências dos alunos, e com base nesses registros, direcionar suas ações pedagógicas. Aos alunos, propicia a auto avaliação, o reconhecimento de suas capacidades e a concretização do processo de seu próprio desenvolvimento. É por isso que a ficha não poder ser engessada em modelos já experimentados por outras escolas. Ela deve ser moldada de acordo com realidade da classe.

Em posts anteriores, publiquei alguns trabalhos que realizei com meu filho. Neles vocês podem observar algumas fichas. Nenhuma delas eu fiz igual ao modelo que recebi para montar o portfólio. Por exemplo:

Comentários do aluno sobre amostra de trabalho – o modelo que recebi tinha muitas perguntas para uma criança de oito anos responder logo após ter realizado a atividade.

Comentário do professor sobre amostra de trabalho – acrescentei diversas perguntas fazendo uma amarração entre o objetivo da atividade e o desenvolvimento da criança, se foi alcançado ou não.

Quanto aos outros formulários, de igual importância, nem cheguei a utilizar. Não houve, na ocasião, a necessidade. Por exemplo:

Registro sistemático;

Registro de caso;

Autorização para fotografar e filmar a criança;

 

E acrescentei o Relatório individual da criança

Para entender melhor sobre este instrumento de avaliação e desenvolvimento do aluno, sugiro duas leituras que se complementam. São elas:

Shores, Elizabeth e Crace, Cathy. 2001. Manual do Portfólio: um passo a passo para o professor. PortoAlegre: Armed Editora.

Villas Boas, Benigna Maria de Freitas. 2004. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas, SP: Papirus.